Site em desenvolvimento
continuação de <FL0 – Quem são os filhos de Deus – as duas naturezas>
Romanos 8:22-25 > Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora. E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção (υἱοθεσία – uihothesia = filho reconhecidamente maduro)de filhos, a redenção do nosso corpo. Porque, na esperança, fomos salvos. Ora, esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos.
Efésios 1:5 > nos predestinou para ele, para a adoção (υἱοθεσία – uihothesia = filho reconhecidamente maduro)de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade,
Diante do problema sério de tradução que interpreta como ‘adoção’ o termo υἱοθεσία – uihothesia, cabe um parêntesis explicativo1. Existem 2 termos usados no Novo testamento para filhos: τεκνίον – teknion = filho pequeno ou imaturo2 e υἱός – uihos = filho maduro3. Evidentemente que o termo ‘υἱός’ é sempre usado quando se refere ao Nosso Senhor Jesus, citado como Filho muitas vezes no Novo testamento. A palavra huiothesia4, formada de υἱός – uihos, “filho maduro”, e θεσίς – tesis, “posição”, cognato de tithemi, “pôr”, significa o lugar e condição de filho maduro dados àquele que atingiu a maturidade e está apto a assumir a sua herança por direito5. Por isto a predestinação, pois tal designação só irá ocorrer com aqueles que tiverem atingido a maturidade quando na ocasião da manifestação do Reino celestial de Nosso Senhor em Sua segunda vinda próxima6. Por isto aguardamos com esperança tal designação como filhos maduros, e por isto corremos a carreira, a exemplo do apostolo Paulo7. No entanto, quando cremos, já nascemos de novo e somos τεκνίον – teknion, filho pequeno ou imaturo8, e se formos prudentes9, estaremos remindo o tempo para o nosso amadurecimento10, agilizando a formação de Cristo em nós11, evitando assim a situação de Hebreus 5:11-14.
O termo ‘adoção’ nas línguas ocidentais significam reconhecimento legal de uma criança como filho, que só se aplica para filhos não legítimos, pois para filhos naturais, usualmente comprovados pelo DNA ou outros meios, o reconhecimento é automático, e em caso de recusa em reconhecer pelos pais, pode ser até legalmente imposto. Inclusive para tal reconhecimento não é exigido que tenha maturidade. No máximo, em caso de haver herança a ser assumida, é designado um tutor até que o filho em questão atinja a maioridade, ou maturidade mínima necessária para assumir responsabilidade pelos próprios atos.
Existe uma palavra no grego para adoção, que é ‘εἰσποίησις’12, mas NÃO é usada no Novo Testamento! Na verdade o próprio conceito de adoção é rejeitado por Deus para efeitos de herdar as Suas promessas, quando Abrão julgou que seu servo Eliézer seria seu herdeiro13. Já o Império Romano tinha a prática da adoção instituída e alargada para filhos não naturais14. Pela adoção, o filho perfilhado entrava no agregado da família romana com todos os direitos e deveres como se natural fosse. O Direito Romano regulava a adoção de um modo que se assemelha ao que se veio a tornar norma no direito nos países ocidentais em geral. Portanto a expressão “adoção de filhos” para υἱοθεσία15 trata-se de tradução incorreta e enganosa. Provavelmente decorrente da mentalidade religiosa de reformar o velho homem e achar que Deus preservaria o velho homem e lhe concederia direitos de filho legitimo sem precisar de novo nascimento16, bastando mudar seu comportamento e valores para se adequar às exigências de Deus17. Algo como ‘reciclar lixo da velha criação’ para uso na Nova Jerusalém, uma evidente heresia.
No entanto, o lugar do velho homem é o extermínio pela cruz18! Deus não “adota” os crentes como filhos já maduros (υἱός – uihos). Eles são gerados como τεκνίον – teknion, filho pequeno ou imaturo, pelo Seu Espírito Santo mediante a fé8, e isto ocorre na nossa conversão, quando aceitamos o Senhor Jesus como nosso Salvador19. Pela fé também prosseguimos para a condição de filhos maduros20. Portanto o termo grego υἱοθεσία – uihothesia não tem tradução direta para as línguas ocidentais atuais, pois não se tem conhecimento nas culturas ocidentais desta prática de designação de filho natural como maduro e apto a assumir a sua herança tal que se tenha um termo no idioma com este significado. A tradução menos inexata seria ‘filiação’ ou ‘designação como filho maduro’21, mas a bem da fidelidade ao original caberia uma nota de esclarecimento nas traduções das Bíblias, o que infelizmente ainda não encontramos. O oposto a esta ‘designação como filho maduro’ seria envergonhar o Filho do Homem22 e assim negados diante do Pai e de seus anjos23, sendo obrigados a nos afastar Dele em Sua vinda24.
Recomenda-se continuar em <FL2 – Quem são os filhos de Deus – em busca da maturidade>
Liberada a cópia desde que citada a fonte