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continuação de <FL3 – Quem são os filhos de Deus – crescimento em Cristo>
Naturalmente a alimentação é fundamental para o crescimento e fortalecimento. Porém, para a maturidade e pleno domínio das faculdades para discernir o bem do mal, é necessária a educação do Pai e a experiência de vida. Não pense que tal discernimento é simples, pois ele deve ser no novo homem e não segundo a velha criação. O bem em Romanos 8:28 é segundo o Seu propósito! Esta é a comunhão do mistério de Cristo1. É por meio do novo homem em nós que podemos nos despojar do velho homem, da carne, e fazer morrer a natureza terrena2. O nosso pai celeste segue atuando por meio de Seu Espirito para que prossigamos crescendo e amadurecendo, nos tornando co-participantes de Sua própria natureza santa:
2 Pedro 1:3,4 > Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude, pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo,
Este é o objetivo da correção de nosso Pai celeste, sermos participantes de Sua natureza santa. Por santidade aqui se refere a muito mais profundo do que apenas um comportamento santo, como usualmente presume a mentalidade do velho homem religioso. Alguns preletores preferem não falar em mudança de natureza, mas enfatizam a conformação de caráter ao caráter de Cristo, quando na verdade o caráter é conseqüência de algo mais profundo, que é a vida divina no homem interior3 sendo trabalhada pela mão do Pai até a maturidade. Deus é santo por natureza. Participar de Sua natureza implica em participar de Sua santidade:
Tito 2:11-13 > Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos4 para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente, aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus,
Hebreus 12:4-14 > Ora, na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue e estais esquecidos da exortação que, como a filhos, discorre convosco: Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe. É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige? Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos. Além disso, tínhamos os nossos pais segundo a carne, que nos corrigiam, e os respeitávamos; não havemos de estar em muito maior submissão ao Pai espiritual e, então, viveremos? Pois eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia; Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade. Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça. Por isso, restabelecei as mãos descaídas e os joelhos trôpegos; e fazei caminhos retos para os pés, para que não se extravie o que é manco; antes, seja curado. Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor,
Ou seja, na comunhão deste Mistério, que envolve mudança de nossa própria natureza, passamos a ser objeto da correção de nosso Pai, que vai muito além de corrigir comportamento. Nesta correção o Pai nos ajuda a nos despojar de nossa natureza terrena e nos apropriar da Sua natureza divina por meio do amadurecimento do homem interior. Algo sem igual na velha criação, por isto um mistério. Somente quando compreendemos isto é que vamos começar a entender a experiência de Jó, por exemplo. Com Jó Deus permitiu que passasse por tribulações, sofrimentos e perdas descomunais, que se fossem apenas para corrigir comportamento seria incompreensível para nós haver Deus permitido tal coisa. Afinal, no inicio, antes de tudo, Deus mesmo havia testificado que Jó era integro e reto, temente a Deus, que se desvia do mal5. O próprio Jó e seus amigos não compreendiam o que havia ocorrido com Jó. Julgavam que Jó deveria ter praticado algum pecado terrível para passar o que estava passando. O próprio Jó se defendia desesperadamente6 até que, após Eliú, Deus interveio iluminando Jó7, que se expressa:
Jó 42:5,6 > Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem. Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza.
Afinal se Jó era integro e reto, temente a Deus, que se desvia do mal, como o próprio Deus testificava sobre ele, do que afinal estava se arrependendo tão amargamente? Na verdade só depois do iluminar de Deus é que Jó compreendeu que tudo aquilo era um amor profundo de Deus por ele. Ia muito além de meramente recompensar quem fugia do mal e punir que pecasse. Ao tentar se defender, sem entender o que Deus estava fazendo, Jó acabou pecando contra Deus ao Lhe atribuir injustiça8. As palavras em Jó 42:5,6 só ficam claras se considerarmos a condição necessária para ver a Deus tal como Ele é:
1João 3:2 > Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é.
Nem Moisés pode ver Deus tal como Ele é9, pois ainda não havia sido transformado e conformado! Ou seja, para ver a Deus tal como Ele é, é necessário sermos semelhantes a Ele10. Tal semelhança não será apenas na forma ou mesmo no comportamento, mas em natureza também11. Alguém poderia contestar, afirmando que Jesus, enquanto nesta terra, podia ser visto por todos12. No entanto aquela não era a Sua forma final e definitiva, tal como Ele é hoje13. Quando manifesto em Sua forma glorificada, após a Sua ressureição, ascensão e glorificação, o próprio apóstolo João caiu como morto ao vê-Lo14. Nem mesmo na transfiguração do Senhor nos evangelhos a Sua manifestação fora tão acachapante15. A respeito da qual o próprio Pedro dera testemunho16.
Ai está o mistério da Filiação ou designação como filho maduro17, que no tempo de Jó não estava revelado ainda. Um mistério que só foi revelado com a manifestação de Cristo e Sua obra18.19. Na verdade Jó fora privilegiado com tal experiência radical vinda de Deus. Jó experimentou em sua alma o trabalho de Deus antes da revelação de Sua economia por meio de Cristo, mais de 2.500 anos depois. Aquilo era o amor de Deus que permitiu a alma de Jó ser trabalhada por Deus a tal ponto de poder vê-Lo! Algo misterioso e incompreensível para o homem natural.
Se fisicamente, quando sofremos alguma intervenção cirúrgica ou uma quimioterapia, sofremos muito, imagine se fosse possível um processo de mudança de natureza, quão muito mais profundo o sofrimento seria! Pois tal processo é o plano de Deus para aqueles que O buscam20. Este processo hoje ocorre em nossa alma, onde precisamos nos despojar da identidade com o velho homem para desenvolver a identidade com o novo homem21. Dai o requisito de negar a si mesmo e tomar a cruz para poder seguir o Senhor22.
Recomenda-se continuar em <FL5 – Quem são os filhos de Deus – tribulação e sofrimentos para o amadurecimento>
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