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Quem são os filhos de Deus – as duas naturezas

continuação de <PEG – Na nova criação não existe qualquer distinção como na velha>

Algumas religiões pregam que toda a criatura é filho de Deus, mas não é o que a Bíblia diz:

João 1:12,13 > Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.

João 3:4-8 > Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez? Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo. O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito.

Enquanto que no Velho Homem fomos gerados em pecado (Salmo 51:5), no novo homem somos gerados pelo Espirito de santidade, sendo criados segundo Deus (Romanos 1:4; Efésios 2:15; 4:24; Colossenses 3:10). O contraste é evidente, pois o velho homem é carnal e o novo homem é espiritual:

Gálatas 5:16,17 > Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne. Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer.

Romanos 8:5-9 > Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito. Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz. Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.

E existe o nosso ‘eu’ ou nossa alma, que após experimentar o novo nascimento descobre uma guerra em nosso interior:

Romanos 7:14-23 > Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado. Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto. Ora, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros.

Assim, nos tornamos os seres mais complexos de toda a criação, que nem mesmo conseguimos compreender! Por isto Romanos 7 conclui: Romanos 7:25 > Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado. Pois Jesus nos libertou da escravidão do pecado ao restaurar a liberdade de escolha entre viver na carne ou viver no espirito (Romanos 8:12-17). Isto explica porque Deus nos amou a tal ponto de dar Seu Filho por nós (João 3:16) e nos reconciliou com Ele (Romanos 5:10). Embora não fosse possível a nós, pois a identidade com o pecado era a única que tínhamos, Deus no entanto nos viu fora do pecado e desejou nos salvar. Por isto, para a nossa plena libertação é necessário primeiro NEGAR a nós mesmos (Mateus 16:14; Marcos 8:34; Lucas 9:23). Esta identidade do velho homem com todos os seus afetos naturais precisa ser negada e exterminada pela Cruz (ver em <O Senhor tendo prioridade em relação aos vínculos e afetos naturais>).

No entanto esta libertação vem da cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para nós, e nós, para o mundo (Gálatas 6:14). Somos exortados a ter o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz (Filipenses 2:5-8). Isto envolve seguir a Ele no novo e vivo caminho que Ele abriu (ver a série de artigos <Apresentando o CAMINHO>, <A decisão em seguir o CAMINHO>, <Perseverando no CAMINHO>).

Na escritura a humanidade é vista como um todo coletivo, de modo que todos viemos do primeiro Adão, em quem entrou o pecado. Este pecado trouxe a morte, que juntos passaram a toda a humanidade (Romanos 5:12). Este é o velho homem coletivo, que é visto em Daniel como uma grande estátua (Daniel 2:31-33, 37-43). De modo similar, o novo homem vem do último Adão (1 Coríntios 15:45), que é Jesus, por meio de quem veio graça de Deus e o dom pela graça para a justificação que dá vida (Romanos 5:15-18). Este novo homem coletivo é visto em Daniel como pedra que foi cortada sem auxílio de mãos que se tornou em grande montanha, que encheu toda a terra e esmiuçará e consumirá todos os reinos da época dos pés da estátua (Daniel 2:34,35,44,45). O paralelo entre os dois homens coletivos (o velho e o novo) também se encontra em 1 Coríntios 15:42-49 e Romanos 5:15-21. Em João 15:1-8 este novo homem é descrito como a videira, e todos nós como os ramos. Em Romanos 11:16-24 novamente descreve o novo homem como a oliveira santa, onde inicialmente só Israel tinha parte. Os gentios são os ramos retirados da oliveira brava e enxertados na oliveira santa (conforme Efésios 2:11-22; 1 Pedro 2:10).

Esta visão da escritura sobre a humanidade como um todo integrado é importante para entendermos o nosso legado que recebemos tanto no velho homem quanto no novo homem. Também entendemos com é formada a nossa identidade individual. Apesar de compartilharmos a mesma herança nefasta do pecado e consequente morte no velho homem, a nossa identidade individual depende da nossa história, que é especifica para cada indivíduo conforme o contexto e as decisões pessoais desde a tenra idade. Ou seja, na maioria das vezes tais decisões levam a prática de pecados específicos. Portanto, apesar de termos o mesmo legado de pecado, o que cada um desenvolveu deste pecado é diferente, mas é uma identidade fundamentada no pecado. De modo similar no novo homem todos os que creem em Jesus compartilham do mesmo legado maravilhoso. Isto é descrito em Romanos 6. A escritura nos exorta a andarmos neste novo homem (Gálatas 5:16-25; Colossenses 2:6), tendo experiências nele, usufruindo do maravilhoso legado em Cristo. Como recompensa ganhamos uma nova identidade, com um novo nome (Apocalipse 2:17; 3:12). Hoje temos a oportunidade de desenvolver a nossa identidade santa que perdurará pela eternidade diante de Deus Pai. Por isto na ressureição não serão todos iguais (1 Coríntios 15:41). Vai depender do quanto de óleo armazenamos em nossas vasilhas, conforme o nosso histórico de andar pelo CAMINHO (Mateus 25:1-13).

Recomenda-se continuar em <PN1 – Quem são os filhos de Deus – para adoção X para maturidade>

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