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continuação de <PAD – A fé conforme as escrituras>
Esta expressão ocorre na escritura quando Paulo lista os requisitos para diacono:
1Timóteo 3:9 > conservando o mistério da fé com a consciência limpa.
Aqui vincula a conservação do mistério da fé com a consciência limpa, o que reporta ao inicio desta epístola:
1Timóteo 1:3-7 > Quando eu estava de viagem, rumo da Macedônia, te roguei permanecesses ainda em Éfeso para admoestares a certas pessoas, a fim de que não ensinem outra doutrina 1 , nem se ocupem com fábulas e genealogias sem fim, que, antes, promovem discussões do que o serviço2 de Deus, na fé. Ora, o intuito da presente admoestação visa ao amor que procede de coração puro, e de consciência boa, e de fé sem hipocrisia. Desviando-se algumas pessoas destas coisas, perderam-se em loquacidade frívola, pretendendo passar por mestres da lei, não compreendendo, todavia, nem o que dizem, nem os assuntos sobre os quais fazem ousadas asseverações.
1Timoteo 1:19 > mantendo fé e boa consciência, porquanto alguns, tendo rejeitado a boa consciência, vieram a naufragar na fé.
Mais adiante nesta epístola o problema da consciência não estar funcionando adequadamente
1Timoteo 4:2 > pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência,
Tito 1:15 > Todas as coisas são puras para os puros; todavia, para os impuros e descrentes, nada é puro. Porque tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas.
Nestes trechos da escritura fica claro que ter e manter uma boa consciência é vital para manter a fé segundo as escrituras3. A conseqüência de ignorar a consciência, tentando manter as aparências como quem ainda tem fé, é de simplesmente descambar para um tipo de crença que não leva ao aperfeiçoamento e libertação do pecado. É a situação de ter aparência de piedade, porém sem o poder4.
Outra consequência de ignorar a consciência é de não experimentar o jorrar de água viva interior5 e nem de contemplar a glória do Senhor em nosso espirito6, não sendo capaz de amar e sentir alegria indizível em Quem ainda não viu fisicamente7. Nesta condição, para falar sobre as escrituras e as coisas da fé, se fica limitado apenas a lógica humana. Deste modo fica incapacitado de manifestar a didática da Nova Aliança8. Estaria apenas discorrendo na melhor das hipóteses sobre as afirmativas verdadeiras nas escrituras, sem no entanto estar falando a partir do contemplar da realidade celestial por meio do espirito no homem interior. Assim, estaria limitado à mente humana, com grande risco de escorregar em heresias e coisas sem sentido e consistência com a realidade espiritual. Discorrer sobre coisas da fé nesta condição só levanta questionamentos, pois não está conseguindo contemplar a realidade espiritual. O ambiente deste tipo de preleção incita mais questionamentos e dúvidas do que a alegria no Espirito Santo9. O pior é fazer ousadas asseverações, como se de fato entendesse sobre o que fala10, sem no entanto contemplar a realidade espiritual. Para a escritura, não contemplar a realidade espiritual é nada entender11, pois só importa o que se contempla no espirito. A palavra de Deus, por meio da Fé nos conduz para dentro desta realidade. Ai sim se teria o ensino conforme a piedade12.
Após ser liberado da prisão em Roma, depois de 5 anos preso, Paulo voltou a percorrer as igrejas, quando encontrou uma situação degradada. O diagnóstico que ele fez foi preciso. O problema é que tinham decaído da fé segundo as escrituras para uma mera crença, perdendo de vista a economia de Deus13, e a causa foi de não terem dado atenção à consciência14. É na consciência que percebemos a paz de Cristo, que pode ser o nosso arbitro interior15. Todo o nosso relacionamento com Deus e o nosso serviço a Ele depende de nossa consciência16. O nosso aperfeiçoamento espiritual depende da consciência17. Só podemos prestar serviço aceitável a Deus com a consciência purificada de obras mortas18. Por esta causa que pela fé no sangue de Cristo19, que foi oferecido a Deus pelo Espirito Eterno18, é que podemos nos reconciliar com Deus e sermos aceitáveis a Ele em Sua presença. A primeira razão da vitória sobre o diabo é o sangue de Jesus20, que permite que todas as acusações sejam refutadas e enviadas de volta ao acusador.
Assim, o mistério da Fé é que por esta mesma fé segundo as escrituras temos acesso à dispensação de Deus. É uma fé que em nós cresce até que todos cheguemos a unidade da fé, a estatura de Cristo21. Este crescimento ocorre em nós na medida em que O buscamos e O contemplamos em devoção6. Não é um “crescer” em obstinação por dogmas, mas um crescer na vida divina que é dispensada a cada vez que nos relacionamos com Deus. Uma viva esperança22 que se renova dia a dia. Assim opera a fé segundo as escrituras. Tal como ocorria com Abraão, cuja fé aumentava conforme as experiências que tinha com Deus, que lhe apareceu várias vezes23. O ápice da Fé em Abraão ocorreu quando não negou seu único filho a Deus24.
A Dispensação de Deus, ou economia divina25, é o arranjo que Ele planejou para nós, para nos conduzir a transformação de todo o nosso ser até consumar a Sua tão grande Salvação26. Esta economia divina, ou dispensação divina, foi planejada por Deus para prover todo o arranjo necessário para Deus cumprir o Seu propósito eterno em nós, através de Cristo27. O resultado desta economia divina é inconcebível ao mais criativo coração humano28, nos levando a compartilhar de Sua própria natureza29 e nos introduzindo na mais misteriosa unidade que é a entre o Pai e o Filho30. É algo tão extraordinário e maravilhoso que até mesmo anjos anelam prescrutar31, embora Ele não tenha vindo para salvar a anjos, mas a descendência de Abraão32. Ou seja, infinitamente maior do que a salvação pregada pela maioria das religiões que se restringem a promover o “ir para o céu” e apenas o ser salvo da ira vindoura (o que obviamente é incluído na tão grande salvação resumida acima).
Recomenda-se continuar em <PAF – A renovação da mente para a transformação>
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