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continuação de <PAH – A mente natural não serve para entender a escritura>
Lucas 3:4-14 > conforme está escrito no livro das palavras do profeta Isaías: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. Todo vale será aterrado, e nivelados todos os montes e outeiros; os caminhos tortuosos serão retificados, e os escabrosos, aplanados; e toda carne verá a salvação de Deus. Dizia ele, pois, às multidões que saíam para serem batizadas: Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão. E também já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. Então, as multidões o interrogavam, dizendo: Que havemos, pois, de fazer? Respondeu-lhes: Quem tiver duas túnicas, reparta com quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo. Foram também publicanos para serem batizados e perguntaram-lhe: Mestre, que havemos de fazer? Respondeu-lhes: Não cobreis mais do que o estipulado. Também soldados lhe perguntaram: E nós, que faremos? E ele lhes disse: A ninguém maltrateis, não deis denúncia falsa e contentai-vos com o vosso soldo.
O precursor da primeira vinda do Senhor Jesus tinha a missão de preparar os caminhos para a chegada do Messias1. Para esta preparação, o requisito era endireitar as veredas2. As veredas do Reino celestial são veredas de justiça e verdade3. O problema é que com o veneno e contaminação do pecado, a humanidade deformou e tornou tortuosos os seus caminhos e a sua forma de perceber tudo a sua volta. Se a mente natural é imprestável para discernir e entender as coisas espirituais/celestiais4, muito mais incapacitada para receber a revelação dos mistérios do Reino quando tem suas veredas tortas. Esta contaminação do pecado veio a ser revelada com a vinda da lei:
Romanos 7:7,8 > Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás. Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, despertou em mim toda sorte de concupiscência; porque, sem lei, está morto o pecado.
Se por caso algum de nós não tenha praticado qualquer das transgressões condenadas pela lei, da cobiça ninguém escapa. Nem mesmo o apóstolo Paulo, com todo o seu zelo pela lei de Deus, mesmo antes de se converter5. A cobiça abre portas para a tentação6, como bem afirma Tiago:
Tiago 1:14,15 > Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.
Quando a cobiça nos governa, brota a inveja, a maledicência, as suspeitas malignas e a malicia7, onde passamos a ver nos outros a cobiça e entendemos sempre segundas intenções em tudo que vemos e ouvimos de outros, até mesmo quando falam de Deus8. E é claro, também se fala com linguagem dupla, dizendo uma coisa, mas querendo dar a entender outra. Isto cria um ambiente de melindre, desconfiança e insegurança no convívio da igreja. Ou seja, não fora a luz vinda da lei, jamais tal maneira sorrateira das sombras seria exposta. É um fermento que se espalha e é extremamente nocivo para a edificação. É o oposto da sinceridade. Não é a toa que as epistolas advertem contra este tipo de pecado no convívio e comunhão da igreja9.
Todo este desenvolvimento do pecado, desde a cobiça, deixa os caminhos do homem natural tortuosos. Dai a necessidade de endireitar tais caminhos, senão haverá muita resistência e dificuldade para receber a palavra implantada10. Assim, para que o evangelho encontre coração adequado para o frutificar da palavra, é necessário que antes os caminhos tortuosos sejam endireitados. O precursor de Jesus inclusive foi especifico para cada grupo de pecadores, pois a identidade de pecador difere conforme a experiência de cada indivíduo com o pecado. Ou seja, embora a essência do pecado que herdamos de Adão seja a mesma, a experiência de pecar é diferente. Uns podem ter desenvolvido mais que outros determinado tipo de pecado, assim a condição do coração pode diferir muito de um indivíduo para outro.
É claro que se nos colocarmos sob a luz do sermão do Senhor Jesus em Mateus 5:17-48, estamos todos condenados. Jesus foi fundo e ilumina as próprias intenções, antes mesmo de se tornarem em atos de transgressão. A nossa justiça não passa de trapo de imundície11. Como bem diz Paulo:
Romanos 7:25 > Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado.
Romanos 8:1-5 > Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte. Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado, a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito.
No próximo artigo será feita breve esclarecimento sobre a parábola do Semeador, que permite entender um pouco mais, sob o ponto de vista de um agricultor, os obstáculos em nossos corações para o frutificar da palavra de Deus.
Recomenda-se continuar em <PAJ – A condição do coração fundamental para o frutificar>
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