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continuação de <Apresentando o CAMINHO>
O fato de que existem 2 níveis de experiência da salvação fica evidente no episódio do jovem rico em Mateus 19:16-221. Para ganhar a vida eterna, era suficiente guardar os mandamentos2. No entanto, para o caso daquele jovem, se ele quisesse ser perfeito3, seria necessário que se desfizesse de suas posses, doando tudo, e depois seguindo ao Senhor. Este segundo passo depende de uma decisão adicional. Caso queiramos seguir o Senhor para sermos amadurecidos, teremos um preço a pagar, que depende da condição de cada um.
O tratamento que Jesus deu a quem pretendia segui-Lo era diferente conforme a situação de cada um4. Assim, o CAMINHO é o caminho da cruz, e esta cruz é especifica de cada um. A cruz a ser tomada por cada um é a sua própria e não de outrem5. O que precisa ser posto na cruz depende da situação do coração de cada um. O que os evangelhos alertam é para ter atitude radical contra o que quer que em nós nos faça tropeçar no CAMINHO6. As escrituras apresentam alguns casos que podem atrapalhar e até impedir que se persevere no CAMINHO:
1) No caso do jovem rico citado no evangelho eram as suas posses que ocupavam o seu coração e iriam distrai-lo quando tentasse seguir a carreira após o Senhor, e não conseguiria entrar no Reino7.
2) No caso do relatado em Mateus 10:34-39 e Lucas 14:26-33 é o problema de dar prioridade aos laços familiares e apegos do coração acima do Senhor. Tais apegos, quando superarem o amor ao Senhor, vão se tornar tropeço no CAMINHO8. Não é a toa que em seguida o Senhor menciona a prudencia de planejar antes de construir9 ou de buscar negociação antes de entrar em conflito10.
3) No caso de Mateus 16:21-2511 é a autopiedade e a preocupação com o que os de fora pensam a respeito de si, como cristão que segue a Jesus.
4) No caso citado em Mateus 24:37-39 e Lucas 17:26-30 é o apego ao mundo, como bem destaca o alerta de Jesus sobre a mulher de Ló. João também alerta contra amar ao Mundo: 1João 2:15 > Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele;12.
5) Na situação de Jesus em João 11 e 12 mostra como Jesus lidou com o grande reconhecimento que recebera ao ressuscitar Lázaro13, ter uma recepção triunfal em Jerusalém14, e até chamar a atenção do mundo grego15. Jesus simplesmente disse: João 12:24-26 > Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto. Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo preservá-la-á para a vida eterna. Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu estou, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, o Pai o honrará.
Aqui Jesus claramente renega a glória do reconhecimento humano. Humanamente, o reconhecimento e glória humanos são uma grande tentação. Na história da Igreja, infelizmente muitos servos de Deus acabaram sucumbindo a glória própria e reconhecimento de seu próprio ministério e/ou obras pelo povo de Deus. Mesmo que tal reconhecimento e gloria venha em decorrência da obras de Deus, ainda assim devemos seguir o nosso Mestre e negar a nós mesmos. Era a atitude de Jesus quando diante de tal tentação.
6) O que o apostolo Paulo tinha de mais precioso humanamente era a sua reputação ilibada como fariseu e hebreu e carreira humana16. Ali Paulo testemunha como considerava isto diante do Senhor17. No restante do capitulo 3 de Filipenses Paulo deixa um pouco mais claro como é pago o preço por aquele que busca a maturidade.
7) Em 1 Corintios 9:24-27 Paulo testifica aos Corintios sobre escravizar o próprio corpo para poder estar correndo a carreira. Ele exemplifica isto testemunhando em 2 Corintios 11:23-27. Portanto se deixamos o corpo nos dominar, qualquer pequeno desconforto pode se tornar um grande obstáculo para a nossa carreira no CAMINHO. Não se trata de rigor ascético por si18, mas de submeter o corpo, para que seja um servo obediente, porque como mestre é terrível e pode nos causar muitos problemas no CAMINHO. Não podemos nos deixar escravizar pelo conforto.
Jesus alertou os filhos Zebedeu (Tiago e João) que, para ganhar posição de destaque na glória, um requisito fundamental era beber o cálice que Ele beberia19. Ou seja, sem cruz, não há coroa!
É importante ressaltar que receber a salvação da perdição eterna NÃO é a mesma coisa do que perseguir a maturidade espiritual para ganhar o galardão de glória. Para a maturidade requer esforço e preço a ser pago por quem assim deseja, enquanto que para a salvação da perdição ninguém pode pagar outro preço além do sangue precioso do Filho de Deus ou realizar qualquer obra para se salvar da perdição20. Ou seja, enquanto a salvação da perdição é pela Fé no Filho de Deus e Sua obra, já o galardão de glória requer sim o nosso esforço e preço a ser pago por nós21. Na primeira etapa somos salvos da perdição, e isto depende apenas de crermos no que Jesus fez por nós. Já ao perseverarmos no CAMINHO que Ele abriu22, seremos salvos da vergonha23. Isto tem sido fonte de muita confusão e disputas teológicas na história da Igreja, com facções teológicas considerando apenas um aspecto da salvação e ignorando o outro24.
O resultado do Evangelho pregado pelo apostolo Paulo era tornar os recém convertidos a também serem imitadores de Paulo e seus cooperadores e imitadores do Nosso Senhor25. Paulo testemunhou aos Filipenses sua atitude pessoal de correr a carreira no CAMINHO em Filipenses 3:4-14, e os exorta a imitá-lo26:
Filipenses 3:17 > Irmãos, sede imitadores meus e observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós.
O que significa sermos imitadores de Deus e do Nosso Senhor27. Assim a salvação não se restringe a apenas aceitar o que Jesus fez por nós no passado, mas envolve também seguí-Lo no CAMINHO da cruz HOJE28. Se ao aceitarmos o sacrifício de Jesus por nós29 podemos nos achegar a Deus para alcançar graça em ocasião oportuna30, a nossa santificação e plena salvação depende de tomarmos a nossa cruz! No entanto o requisito para andar no CAMINHO está claramente posto pelo Nosso Senhor31. Mensagem mais clara impossível:
Lucas 9:23 > “Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me.”
Ou seja, é algo voluntário, pois há um preço a ser pago por parte de quem for seguir a Jesus, e esta é outra decisão que todo o filho de Deus toma todo o dia. Evidentemente que Ele já pagou o preço inicial da salvação dos pecados onde estávamos prisioneiros. O que se segue é o desenvolver a salvação com temor e tremor32. No entanto, não se ouve isto nos evangelhos comumente pregados por ai.
Como em qualquer jornada longa e cheia de incertezas e risco, um mapa é de grande ajuda. Com respeito ao CAMINHO apresentado como Evangelho não é diferente. A Bíblia funciona como um mapa para este CAMINHO33, mas por mais detalhado que possa ser, um mapa nunca substitui a percepção decorrente da experiência de andar efetivamente neste CAMINHO.
Recomenda-se continuar em <PE3 – Perseverando no CAMINHO>
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